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Sacramentalismo - os atos que conferem graça...

O sacramentalismo é um sistema de crenças que defende que a realização de determinados atos religiosos confere a graça de Deus à pessoa que participa nesses atos. A Igreja Católica Romana, por exemplo, defende um sistema sacramental mediante o qual a própria salvação só é conferida com a realização de determinados sacramentos. Aquela igreja celebra sete sacramentos, que são: batismo, confirmação (ou crisma), eucaristia, reconciliação (ou penitência), unção dos enfermos, ordem e matrimónio. Segundo a sua doutrina, todos os sacramentos estão ordenados para a Eucaristia como para o seu fim (S. Tomás de Aquino). Na eucaristia, renova-se o mistério pascal de Cristo, atualizando e renovando assim a salvação da humanidade. Segundo a doutrina Católica Romana, o sacramento católico é um ato ritual destinado aos fiéis, para receberem a graça de Deus, e destinado também a conferir sacralidade a certos momentos e situações da vida cristã; os sacramentos foram instituídos por Jesus Cristo e conf

Culto racional

“Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Romanos 12:1 Neste texto, Paulo pede que os crentes em Roma apresentem os seus corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, explicando que essa apresentação é o nosso culto racional. Sacrifício é, normalmente, associado à ideia de algo que nos custa ou que é de difícil execução. Num episódio interessante registado em 2 Samuel 24, David pretendia comprar um terreno para erguer um altar ao Senhor. Quando falou com o dono da terra que logo a ofereceu a David, este respondeu: “Não, mas por preço justo to comprarei, porque não oferecerei ao SENHOR meu Deus holocaustos que não me custem nada.” (2 Samuel 24:24). É, portanto, a noção de que algo nos é especialmente caro ou custoso que determina um ato sacrificial, essencialmente, como uma entrega ou rendição. Paulo, porém, ensina-nos que este ato de rendição a Deu

Deus eterno

Dizer que Deus é eterno é muito mais do que dizer que nunca teve início e nunca terá fim.   A Bíblia mostra que fomos criados por Deus e que existiremos para sempre. Na presença de Deus ou distantes dele, a nossa existência prolongar-se-á por toda a eternidade após a nossa morte física. Somos, portanto, infinitos. Tivemos um início e não teremos fim. Com Deus é diferente, a sua existência nunca se iniciou e nunca terminará. Mas, não é só isso…   A nossa existência decorre dentro da linha temporal. Ou seja, estamos limitados pelo tempo. Não conseguimos viver mais depressa, nem mais devagar do que os demais. Não conseguimos nos movimentar no tempo, nem para o passado, nem para o futuro. E, mesmo que o conseguíssemos, ainda assim, o tempo seria uma limitação própria da nossa existência. A nossa vida decorre de acordo com a sequência cronológica dos seus vários eventos e momentos. Deus, por outro lado, não está limitado ao tempo nem a qualquer sequência cronológica. Bem vistas as coisas e,

Liderança cristã

Quando o assunto é liderança cristã e, particularmente, liderança pastoral, é frequente surgir a palavra autoridade . Normalmente, são três as perspetivas quanto ao exercício de autoridade na liderança: a primeira é a de que o líder cristão deve exercer autoridade sobre as pessoas que lidera; a segunda é a de que o ministério de liderança deve ser desenvolvido através do exemplo, sem que isso implique uma posição de superioridade em relação aos demais; a última, e provavelmente, a mais frequente, integra as duas anteriores, afirmando que ambas as perspetivas não são conflituantes e que se harmonizam biblicamente. Encontramo-nos frequentemente a defender que o líder cristão tem e deve exercer autoridade sobre o rebanho que lhe foi confiado. Nem sempre o termo é usado explicitamente, mas suavizamo-lo, recorrendo a expressões como “liderança espiritual” sobre as pessoas lideradas, o que tem o sentido unívoco de autoridade. Recorrem-se, por vezes, a alguns subterfúgios para substitu

O trabalho do Senhor

Somos ensinados a fazer a distinção entre sagrado e secular, em relação a quase tudo o que diz respeito à nossa vida. As coisas de Deus e as coisas do mundo, as coisas espirituais e as materiais, o religioso e o profano, o espiritual e o secular. Este dualismo na vivência religiosa é bastante comum e tem uma forte influência, também, nas nossas igrejas. Se, por um lado, Jesus ensinou que nós, enquanto seus discípulos, não somos deste mundo (João 15:19; 17:6) – pelo que não nos devemos conformar a ele (Romanos 12:2), nem viver segundo os seus princípios (Colossenses 2:8), nem amá-lo (I João 2:15), nem ter com ele qualquer espécie de intimidade, pois tal constitui inimizade contra Deus (Tiago 4:4) – por outro lado, o mesmo Jesus nos constituiu “sal da terra e a luz do mundo” (Mateus 5:13-16). Como é possível conciliar duas perspetivas, aparentemente, tão díspares? É que a Palavra de Deus, ensinando a separação, ensina também a integração: não a assimilação dos princípios e valores

Injustiça?

Uns começaram a trabalhar às seis horas da manhã, outros às nove, outros ao meio-dia, e outros às quinze. O último grupo começou às dezassete horas. No final, o proprietário da vinha pagou a todos o que tinha combinado com os primeiros: um denário a cada um. Este é o resumo da parábola dos trabalhadores da vinha, registada em Mateus 20:1-16. "Mas que injustiça é esta?", reclamaram os que trabalharam desde as seis horas. "Trabalhámos todo o dia, aguentámos o calor intenso e recebemos o mesmo que os que trabalharam uma pequena parte do dia?" Numa primeira análise, concordamos com suas reclamações. Afinal, quem não se identifica com estes trabalhadores? Todos queremos que os nossos méritos e esforços sejam reconhecidos e destacados daqueles que trabalharam menos (ainda mais porque, aos nossos olhos, o nosso trabalho tem sempre mais valor que o dos outros). Esta parábola é uma ilustração acerca do Reino dos Céus e parece dar a entender que, trabalhemos muito ou po

O ungido do Senhor

Esta expressão tem sido, frequentemente, mal empregada por líderes religiosos, dos mais variados quadrantes do cristianismo, os quais arrogam o título de «ungidos do Senhor». Normalmente, surge como forma de resposta a quem ousa questionar ou discordar, mesmo que de acordo com preceitos bíblicos, com algum aspeto da sua liderança; ou em momentos em que o líder pretende fazer prevalecer a sua posição ou opinião, em detrimento das demais; ou, até, como ferramenta de manipulação e chantagem sobre o rebanho. Usando esta expressão e citando textos como o de 1 Samuel 26:4, em que David afirma, sobre Saul, “O Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, ao ungido do Senhor, que eu estenda a minha mão contra ele, pois é o ungido do Senhor”, de maneira prepotente, mas eficaz, conseguem levar a sua avante. No Antigo Testamento, a unção com os melhores óleos, por vezes, aromatizados com ervas, tinha um significado especial, normalmente associado à separação - santificação, de p