"Não há pastoras, no Novo Testamento!", vociferam os antagonistas da consagração de mulheres ao ministério pastoral. De facto, no sentido em que o termo "pastora" (grego poimen , mas no feminino) não surge no Novo Testamento, têm razão. Ou seja, a palavra "pastor" nunca surge, no feminino, no Novo Testamento. Quem usa esta ausência do termo, como bandeira da sua militância contra o pastorado feminino, usa-a meramente como um símbolo, uma evidência e não como fundamentação teológica para a sua posição. É, no fundo, uma declaração simplista, populista e até ridicularizante que, não servindo como fundamento da causa, parece, de algum modo, resumi-la. A declaração de que não existem pastoras no Novo Testamento é de natureza superficial, procura defletir a discussão do seu real cerne e menospreza a investigação honesta do registo bíblico. Durante muito tempo, considerei que o mais razoável a fazer com semelhante "argumentação" era simplesmente descart...
No capítulo 14 da primeira carta de Paulo aos Coríntios, é feita uma comparação entre dois dons: o da profecia e o de falar em línguas. Pelo que percebemos da leitura deste capítulo, Paulo tinha duas grandes preocupações: 1) A prioridade, no exercício dos dons espirituais, deveria estar na edificação da igreja, pelo que tudo deveria ser feito de modo que fosse inteligível. 2) Quando a igreja se reunia, tudo deveria ver feito com ordem e decência, sem atropelos e com respeito mútuo.