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Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2012

O trabalho do Senhor

Somos ensinados a fazer a distinção entre sagrado e secular, em relação a quase tudo o que diz respeito à nossa vida. As coisas de Deus e as coisas do mundo, as coisas espirituais e as materiais, o religioso e o profano, o espiritual e o secular. Este dualismo na vivência religiosa é bastante comum e tem uma forte influência, também, nas nossas igrejas. Se, por um lado, Jesus ensinou que nós, enquanto seus discípulos, não somos deste mundo (João 15:19; 17:6) – pelo que não nos devemos conformar a ele (Romanos 12:2), nem viver segundo os seus princípios (Colossenses 2:8), nem amá-lo (I João 2:15), nem ter com ele qualquer espécie de intimidade, pois tal constitui inimizade contra Deus (Tiago 4:4) – por outro lado, o mesmo Jesus nos constituiu “sal da terra e a luz do mundo” (Mateus 5:13-16). Como é possível conciliar duas perspetivas, aparentemente, tão díspares? É que a Palavra de Deus, ensinando a separação, ensina também a integração: não a assimilação dos princípios e valores

Injustiça?

Uns começaram a trabalhar às seis horas da manhã, outros às nove, outros ao meio-dia, e outros às quinze. O último grupo começou às dezassete horas. No final, o proprietário da vinha pagou a todos o que tinha combinado com os primeiros: um denário a cada um. Este é o resumo da parábola dos trabalhadores da vinha, registada em Mateus 20:1-16. "Mas que injustiça é esta?", reclamaram os que trabalharam desde as seis horas. "Trabalhámos todo o dia, aguentámos o calor intenso e recebemos o mesmo que os que trabalharam uma pequena parte do dia?" Numa primeira análise, concordamos com suas reclamações. Afinal, quem não se identifica com estes trabalhadores? Todos queremos que os nossos méritos e esforços sejam reconhecidos e destacados daqueles que trabalharam menos (ainda mais porque, aos nossos olhos, o nosso trabalho tem sempre mais valor que o dos outros). Esta parábola é uma ilustração acerca do Reino dos Céus e parece dar a entender que, trabalhemos muito ou po

O ungido do Senhor

Esta expressão tem sido, frequentemente, mal empregada por líderes religiosos, dos mais variados quadrantes do cristianismo, os quais arrogam o título de «ungidos do Senhor». Normalmente, surge como forma de resposta a quem ousa questionar ou discordar, mesmo que de acordo com preceitos bíblicos, com algum aspeto da sua liderança; ou em momentos em que o líder pretende fazer prevalecer a sua posição ou opinião, em detrimento das demais; ou, até, como ferramenta de manipulação e chantagem sobre o rebanho. Usando esta expressão e citando textos como o de 1 Samuel 26:4, em que David afirma, sobre Saul, “O Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, ao ungido do Senhor, que eu estenda a minha mão contra ele, pois é o ungido do Senhor”, de maneira prepotente, mas eficaz, conseguem levar a sua avante. No Antigo Testamento, a unção com os melhores óleos, por vezes, aromatizados com ervas, tinha um significado especial, normalmente associado à separação - santificação, de p